Este sítio utiliza cookies de terceiros para melhorar a experiência do utilizador e os serviços que prestamos.
Ao continuar a navegar, consideramos que aceita a sua utilização.

Saber Mais Compreendi
Image Iapmei

EntradaLogo_1200x000_V03_A.png
 
 

Que metodologia seguir no inventário das emissões de GEE?

 
O controlo das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) são hoje um dos indicadores principais associado ao pilar ambiental da sustentabilidade na avaliação do desempenho empresarial, e é por isso fundamental que as empresas conheçam a pegada carbónica da sua atividade.

A forma mais simples de procederem ao inventário das suas emissões de GEE envolve três passos:
  1. Recolha de dados sobre o consumo de combustíveis.
  2. Conversão para tCO2e (dióxido de carbono equivalente, medida internacional de conversão).
  3. Soma das emissões diretas e indiretas (classificadas nos âmbitos 1, 2, e 3).
 

1 - Recolha de dados sobre o consumo de combustíveis

As empresas devem começar por proceder à recolha de dados sobre o consumo de combustíveis fósseis utilizados nas suas instalações (incluindo carvão, petróleo, gás natural, diesel, gasolina, entre outros) e registar a quantidade de combustível consumida em unidades adequadas, como toneladas, barris, metros cúbicos, ou litros.

Estes dados podem ser obtidos através de registos, faturas e/ou estimativas. Para cada tipo de combustível consumido, deve-se recolher informação sobre as características da combustão, como o seu teor de carbono e os fatores de emissão específicos (emissões de CO2, CH4, N2O, SO2, etc.) associados às várias tipologias de combustível. Esses fatores de emissão podem ser obtidos em bases de dados ou em inventários de emissões.

Se as empresas utilizam gases refrigerantes, como clorofluorocarbonos (CFC) ou hidrofluorocarbonos (HFC), em sistemas de refrigeração ou ar condicionado, devem recolher dados sobre gases perdidos para a atmosfera, para estimativa das emissões relativas à instalação, operação, manutenção, e disposição final do equipamento. Devem também incluir os extintores. Para este caso, existem duas opções de cálculo:
     
Opção 1 - Abordagem por "Fase do Ciclo de Vida": para as empresas que contratam os serviços de manutenção dos sistemas ou dos extintores de incêndio.
Este método requer dados sobre a quantidade de GEE utilizada para carregar novos equipamentos durante a instalação, para a manutenção do equipamento, e a quantidade de GEE recuperada durante o descarte final, além da carga total dos equipamentos novos e descartados. Só devem ser contabilizados os dados de carga (gás adicionado a unidades pela empresa ou fornecedor) para unidades compradas vazias e não as que vêm carregadas do fabricante.

Opção 2 - Abordagem por Balanço de Massa (Compra): para empresas que mantêm o seu próprio equipamento.
Este método tem por base a quantidade de gás comprada e utilizada. Requer dados a partir de registos de compra e serviços de manutenção. O método monitoriza e contabiliza toda a quantidade utilizada de cada GEE e não contabilizada como emissão.
Se as empresas queimam resíduos ou possuem processos de tratamento de resíduos, que geram emissões de GEE, é necessário proceder à recolha de dados sobre a quantidade de resíduos tratados (kg ou toneladas de resíduos) ou queimados e os fatores de emissão específicos para esses processos.
 

2 - Conversão para tCO2e

Como podem as empresas converter diferentes emissões de GEE para toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e), usando os fatores de conversão?
Assumindo que uma empresa tem as seguintes emissões de GEE:
  • Emissões de CO2: 500 toneladas métricas
  • Emissões de CH4: 100 toneladas métricas
  • Emissões de N2O: 50 toneladas métricas

Utilizam-se os fatores de conversão para calcular as emissões em tCO2e:
  1. Para o CO2, não é necessário aplicar um fator de conversão, pois este já é o gás de referência. Portanto, as emissões de CO2 permanecem iguais: 500 tCO2e.
  2. Para converter as emissões de CH4 para tCO2e, usa-se o potencial de aquecimento global (PAG) do CH4 em relação ao CO2, que é aproximadamente 25.
Emissões de CH4 em tCO2e = Emissões de CH4 x PAG do CH4 Emissões de CH4 em tCO2e = 100 toneladas métricas x 25 Emissões de CH4 em tCO2e = 2500 tCO2e
  1. Da mesma forma, para converter as emissões de N2O para tCO2e, usa-se o PAG do N2O em relação ao CO2, que é aproximadamente 298.
Emissões de N2O em tCO2e = Emissões de N2O x PAG do N2O Emissões de N2O em tCO2e = 50 toneladas métricas x 298 Emissões de N2O em tCO2e = 14.900 tCO2e
 

3 - Soma das emissões diretas e indiretas (classificadas nos âmbitos 1, 2, e 3)

Nesta fase, as empresas devem somar as emissões convertidas de cada gás para obter o total de emissões em tCO2e:

Total de emissões em tCO2e = Emissões de CO2 + Emissões de CH4 em tCO2e + Emissões de N2O em tCO2e

Total de emissões em tCO2e = 500 tCO2e + 2500 tCO2e + 14.900 tCO2e

Total de emissões em tCO2e = 18.900 tCO2e
 

Neste exercício, o total de emissões convertidas para tCO2e foi de 18.900 toneladas métricas de dióxido de carbono equivalente.

As empresas devem ter em atenção que os fatores de conversão podem variar dependendo das fontes e das metodologias utilizadas. É fundamental privilegiar-se fontes credíveis com a informação mais atualizada possível relativamente à região e contexto empresarial em que as empresas se inserem.
 


Links úteis
Pacto Ecológico Europeu - European Green Deal
RNC 2050 – Roteiro para a Neutralidade Carbónica
PNEC 2030 – Plano Nacional de Energia e Clima
APA - Agência Portuguesa do Ambiente
IPCC - Intergovernmental Panel on Climate Change, UN
Greenhouse Gas Protocol
 
Ferramentas de cálculo
Ferramentas GHG Protocol
Calculadora Carbon Footprint


 
 voltar à página "Controlo de emissões de CO2 e neutralidade carbónica"


____________________________________________________________

BarraLogos.png