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O que deve ser acautelado no cálculo das emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE)?

 
É aconselhável que as empresas utilizem na preparação dos seus inventários de emissões de Gases com Efeito de Estufa (GEE) abordagens padronizadas, que ajudem a credibilizar os seus indicadores perante o mercado.

Existem várias metodologias e ferramentas universalmente reconhecidas, que podem ser adotadas pelas empresas, devendo a opção ser harmonizada no seio da cadeia de valor, envolvendo toda a rede de parceiros do negócio, por forma a facilitar, e tornar mais eficaz e transparente, o cálculo global das emissões.

O processo de inventário de emissões envolve a recolha de dados sobre as diferentes fontes de emissões de GEE previamente identificadas (normalmente trabalha-se sobre o universo dos GEE cobertos pelo Protocolo de Kyoto), sendo o cálculo da quantidade de gases emitidos posteriormente convertido em unidades de dióxido de carbono equivalente – CO2e, a medida internacional de conversão, que vai tornar comparáveis os dados e aumentar a sua coerência entre empresas e setores de atividade distintos.

O Greenhouse Gas Protocol (GHG Protocol), o método mais utilizado internacionalmente, abrange a contabilização e reporte dos sete GEE cobertos pelo Protocolo de Kyoto, designadamente: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido de azoto (N2O), hidrofluorcarbonetos (HFC), perfluorcarbonetos (PCF), hexafluoreto de enxofre (SF6) e trifluoreto de azoto (NF3). O inventário nacional de emissões de GEE, a cargo da Agência Portuguesa do Ambiente, para além destes, inclui ainda GEE indiretos como o monóxido de carbono (CO), o dióxido de enxofre (SO2), os óxidos de azoto (NOx) e os compostos orgânicos voláteis não metânicos (COVNM).
 

Emissões diretas e indiretas de GEE

Para efeitos de cálculo da sua pegada carbónica, as organizações devem ter em conta os diferentes tipos de emissões, tanto as diretas, diretamente provenientes de operações de uma empresa ou controladas por ela, como as indiretas, da responsabilidade de outras empresas com quem esta empresa se relaciona em termos da sua cadeia de fornecimento.

Com o objetivo de facilitar a identificação das fontes de emissão de GEE diretas e indiretas, foi criada pelo ‘GHG Protocol’ uma grelha de classificação com 3 níveis ou âmbitos de reporte (âmbito 1, que corresponde às emissões diretas; âmbitos 2 e 3, que integram as emissões indiretas), sistematizada no quadro abaixo:
 
Tipo de Emissões Âmbitos Definição Exemplos de Fontes
Emissões diretas Âmbito 1 Emissões diretas de GEE de fontes que são controladas ou pertencentes à empresa que vai reportar. Combustão estacionária:
Queima de combustíveis como carvão, petróleo e gás natural em equipamento estacionário associado ao processo produtivo
(caldeiras, fornos industriais, turbinas, geradores, motores, etc.);
Queima de resíduos sólidos através de processos de incineração.
Combustão móvel:
Combustível utilizado em equipamentos de transporte da empresa.
Emissões de processo:
Ligadas a processos físicos ou químicos no contexto da atividade.
Emissões fugitivas:
Associadas à utilização de sistemas de refrigeração e ar condicionado, entre outras.
Emissões indiretas Âmbito 2 Emissões indiretas de GEE provenientes da geração de eletricidade, calor ou vapor, adquiridos pela empresa que vai reportar. Decorrentes da aquisição de eletricidade, calor ou vapor.
Âmbito 3 Todas as emissões indiretas (não incluídas no ‘âmbito 2’) que ocorrem na cadeia de valor da empresa que vai reportar.
Existem 15 categorias de emissões indiretas e as boas práticas recomendam que as empresas escolham pelo menos 5 para reportar.
Associadas à aquisição de:
Matérias-primas, produtos e serviços, ou outsourcing de produção;
Transporte e distribuição up e downstream;
Descarte de resíduos;
Viagens de negócios; Deslocação de colaboradores;
Ativos arrendados.
 
 
Relativamente às emissões indiretas, apenas as emissões relacionadas com a compra de eletricidade são obrigatórias para efeitos de controlo e reporte. No entanto, é recomendável a inclusão de outras fontes com origem na cadeia de valor, de forma a serem identificados os principais focos de emissão. 

Na maioria das organizações, o maior impacto da pegada carbónica é registado ao nível do ‘âmbito 3’, sem dúvida o mais difícil de mitigar, atendendo a que está fora do seu controlo direto.
Cada empresa deve selecionar para efeitos de reporte as categorias de ‘âmbito 3’, que mais impactam o seu negócio.
 

Quais são as 15 categorias de emissões indiretas?
 
EMISSÕES A MONTANTE EMISSÕES A JUSANTE
  1. Aquisição de produtos e serviços
  2. Bens capitais     
  3. Atividades relacionadas com a energia 
  4. Transporte a montante de materiais     
  5. Resíduos            
  6. Viagens de negócio       
  7. Deslocação dos colaboradores
  8. Aluguer a montante
  1. Transporte a jusante de materiais
  2. Processamento de produtos vendidos
  3. Uso de produtos vendidos         
  4. Tratamento de fim de vida de produtos vendidos
  5. Aluguer a jusante           
  6. Franchises         
  7. Investimentos


 
A seleção dos fatores de emissão

Para a maioria das PME, a abordagem mais comum para calcular as suas emissões de GEE é através da aplicação de fatores de emissão publicados localmente pelos organismos competentes (a APA – Agência Portuguesa do Ambiente tem essa responsabilidade em Portugal).

Esses fatores são rácios que traduzem a quantidade de GEE emitidos por unidade de atividade ou produto, numa determinada fonte de emissão. 

Um exemplo disto é a publicação pela APA do Fator de Emissão de Gases de Efeito de Estufa para a Eletricidade Produzida em Portugal (em t CO2 equivalente por MWh de eletricidade produzida), que inclui valores regionais para Portugal Continental, Região Autónoma da Madeira e Região Autónoma dos Açores, e que divulga ainda fatores de emissão de gases com efeito de estufa para a produção de eletricidade desagregada por tipos de combustível (Carvão, Gasóleo, Fuelóleo, Gás Natural e Biomassa).

O importante é que as empresas procurem utilizar as metodologias mais atuais e os últimos dados disponíveis nos seus processos de cálculo, e que aproveitem a avaliação de resultados como uma oportunidade para o reforço de estratégias de redução de emissões, através da aposta em soluções ligadas à eficiência energética e de processo, aumento da utilização de energia baseada em fontes renováveis, transporte sustentável, gestão eficiente de resíduos, ou projetos de compensação e captura de carbono ligados à expansão da área florestal.
 
 
Links úteis:
Protocolo de Gases com Efeito de Estufa, um guia da ‘Greenhouse Gas Protocol Iniciative’, o projeto de normalização liderado pelo WRI (World Resources Institute) e pelo WBCSD- World Business Council for Sustainable Development, mais utilizado internacionalmente.
Greenhouse Gas Protocol
Corporate Carbon Footprint - Understanding Scope 1, 2 and 3 Greenhouse Gas (GHG) Emissions, um vídeo de apoio da GHG Protocol sobre o tema das emissões de GEE.
APA - Agência Portuguesa do Ambiente
Inventário Nacional de Emissões
Fator de Emissão de Gases de Efeito de Estufa para a Eletricidade Produzida em Portugal
 

Ferramentas de cálculo
Ferramentas GHG Protocol
Calculadora Carbon Footprint
 

 
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